RJ criou mais de 1 milhão de empresas em 5 anos, mas quase metade fecharam as portas

Estudo do CDLRio e SindilojasRio mostra que, entre 2020 e 2024, o Estado do Rio teve mais de 1 milhão de empresas abertas e 491 mil fechadas, com forte presença de microempreendedores individuais.

Entre 2020 e 2024, mais de 1 milhão de empresas foram abertas no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, 491 mil encerraram suas atividades. Esses dados integram o estudo “Abertura e Fechamento de Empresas no Rio de Janeiro 2020-2024”, elaborado pelo CDLRio e pelo SindilojasRio, com base em informações da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja).

O objetivo do estudo é compreender a dinâmica da criação e mortalidade de empresas no estado fluminense a partir de critérios como tipo de negócio, segmento econômico, classificação societária, localização e tempo de vida das empresas. Os dados foram analisados por CNPJs, oferecendo um retrato fiel do comportamento empresarial em um período marcado por instabilidade econômica, pandemia e tentativa de recuperação.

O retrato do empreendedorismo no RJ

Dos mais de 1 milhão de novos empreendimentos, 772 mil foram criados por empreendedores individuais, representando cerca de 74% do total. Esse crescimento está diretamente ligado a políticas públicas voltadas para a formalização de atividades informais, com foco na inclusão produtiva, acesso ao crédito e estímulo à geração de renda.

Por outro lado, o estudo revela um dado preocupante: a alta taxa de mortalidade das empresas. Aproximadamente 91% dos negócios encerrados tinham até 10 anos de existência, sendo que:

  • 15,3% fecharam com menos de 1 ano
  • 59,8% fecharam entre 1 e 5 anos
  • 15,9% fecharam entre 5 e 10 anos

Essa curva de sobrevivência mostra a fragilidade estrutural dos empreendimentos fluminenses, especialmente nos setores mais impactados pelas oscilações econômicas.

Setores que mais encerraram atividades

Os segmentos mais afetados no período analisado foram:

  • 🛍️ Comércio varejista: mais de 121 mil encerramentos (24% do total)
  • 🍽️ Alimentação: cerca de 50 mil (8%)
  • 🛠️ Serviços especializados: mais de 26 mil (5%)
  • 🚚 Transporte terrestre: mais de 23 mil (4,8%)
  • 🧁 Fabricação de produtos alimentícios: mais de 21 mil (4%)

Esses números refletem, além das dificuldades econômicas, problemas estruturais como baixa capacitação gerencial, falta de planejamento, despreparo técnico e criação de empresas por necessidade, e não por oportunidade.

O desafio das políticas públicas

Para o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, o estudo é um alerta para o poder público: “Apesar das barreiras enfrentadas, como carga tributária e outros custos fixos pesados, existem possibilidades no comércio. Se a economia local se desenvolver, o lojista assume maior função para atender aos interesses dos consumidores. Nesse contexto, a abertura de novos negócios reflete o quadro”.

O economista Antonio Everton, responsável técnico pelo estudo, ressalta que “As dificuldades impostas pela conjuntura da economia fluminense pesam principalmente nos primórdios das empresas”.

Conclusão

O estudo evidencia uma realidade dual: de um lado, a força e a vontade empreendedora da população fluminense; de outro, os obstáculos que impedem muitos desses negócios de prosperar. Conhecer esse cenário é o primeiro passo para agir de forma mais estratégica — seja como empreendedor, investidor, formulador de políticas públicas ou gestor.

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